Com o objetivo de evitar comprometer as contas previdenciárias, a presidente Dilma Rousseff decidiu vetar a extensão do reajuste do salário mínimo para todos os aposentados. Nessa quarta-feira (29) foi a data limite para a decisão a ser publicada nesta quinta-feira no Diário Oficial da União. A mudança não estava no texto original da Medida Provisória 672/2015, que prorrogava até 2019 a política de valorização do mínimo, enviada ao Congresso Nacional pelo Palácio do Planalto em março. A regra foi incluída durante a tramitação do texto na Câmara dos Deputados, para desagrado do governo. O Senado aprovou a MP em 8 de julho.
Um dos responsáveis pela articulação política do governo, o ministro Eliseu Padilha confirmou a decisão da presidente nessa quarta-feira (29). Ele classificou a conta como “impagável” e disse que “a solução é vetar”. “Não tem outra saída”, acrescentou. A estimativa do Executivo é de um gasto extra de R$ 9,2 bilhões por ano, se a mudança fosse sancionada. A cifra foi anunciada pelo ministro da Previdência, Carlos Gabas no início do mês. A fórmula de reajuste do mínimo em vigor considera a correção da inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do ano anterior, mais a variação do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos anteriores.Ela é aplicada aos benefícios da Previdência que equivalem ao mínimo. O restante é reajustado só pela inflação.
O governo corre o risco de ser derrotado novamente no Congresso. O senador José Agripino (DEM-RN) classificou a decisão de Dilma como “dessintonizada com a população” e afirmou que a oposição vai trabalhar para derrubar o veto.
Fonte: Estado de Minas