Um aluno do ensino fundamental atirou contra colegas em uma escola particular de Goiânia nesta sexta-feira (20) de manhã. Dois morreram e quatro ficaram feridos. A arma era da mãe do atirador, uma policial militar.
Era por volta de 11h50, no intervalo das últimas aulas de uma escola particular de Goiânia, quando um dos alunos sacou a arma da mochila e fez vários disparos contra os colegas.
“Tinha acabado de bater o sinal para trocar os professores de aula. O menino deu o primeiro tiro, aí as pessoas foram ver o que estava acontecendo e ele começou a atirar em todo mundo”, contou uma aluna.
O ataque aconteceu na sala do 8º ano do ensino fundamental, que fica no segundo andar do colégio. Entre os 30 alunos, o atirador estava sentado na última carteira da fila encostada na parede da porta.
Os tiros acertaram seis estudantes. Dois morreram na hora: João Victor Gomes, de 13 anos, e João Pedro Calembo, de 14.
Na porta da escola, pais de alunos estavam desesperados com a tragédia. “Levou só um tiro de raspão no braço. Uma mãe me ligou daqui”, contou Isabel Rosa, mãe de uma aluna. “A minha irmã parece que foi atingida na mão e eu estou desesperado”, contou o irmão de uma vítima.
O garoto que atirou tem 14 anos e é filho de um casal de policiais militares. A PM confirmou que a arma usada no crime, uma pistola ponto quarenta, pertence à corporação. Segundo a polícia, a tragédia só não foi maior porque outros estudantes e professores conseguiram render o aluno na hora em que ele recarregava a arma.
“Acabaram as munições, as pessoas foram e alguns alunos e professores seguraram ele e acionaram a Polícia Militar e a Polícia Militar deslocou para cá e começou a fazer os primeiros socorros”, disse a policial.
“Eu ia morrer também. Na hora que ele foi atirar em mim tinha acabado a munição”, disse o funcionário da escola Mauri Aragão.
Os quatro feridos foram levados para dois hospitais. São os adolescentes Marcela Rocha Macedo, de 13 anos, Hiago Marques, de 13 anos, Lara Fleury Borges e Isadora de Morais.
“A gente é mãe. Eu ajudei a transportar a criança para o Hugo e não tem como não emocionar”, declarou a enfermeira Janaina Charles.
Pais de alunos ajudaram no socorro. “Eu não imaginava nunca que era tiro. E aí eu peguei o carro, cheguei lá na escola e vi aquele tumulto de policial lá, entrei, aí que ele foi me falar que era tiro. Como a ambulância não tinha chegado, o policial pediu para gente trazer o Hiago e a outra amiga dele”, disse o empresário Tiago Barbosa.
O caso está sendo investigado na Delegacia de Apuração de Atos Infracionais. O adolescente que atirou está apreendido lá. Ele passou por exame de corpo delito no IML.
“Inspirado em outras tragédias e, claro, motivado, segundo ele, por um bullying de um colega específico, ele resolveu matar esse colega. E, no momento dos fatos, ele resolveu atirar nos demais colegas de classe”, disse o delegado Luiz Gonzaga.
O crime chocou Goiânia. “Vai ficar sempre na lembrança, porque são crianças que tinham um futuro pela frente. É muito triste”, afirmou uma moradora. “Todas as vezes que a gente passar pela porta do colégio, essa lembrança vai vir para nós“, disse a dona de casa Aparecida Pereira Cardoso.
O estado de saúde do Hiago, da Marcela e da Lara é estável. O da Isadora é gravíssimo, em coma induzido.
Fonte: G1