Balcão de negócios: De um lado, Roseana pagava o EMA como governadora; do outro, recebia como sócia do jornal
Dados obtidos com exclusividade pelo blog Marrapá revelam que, entre os meses de fevereiro e dezembro de 2014, a ex-governadora Roseana Sarney investiu R$ 1.468.340,00 no jornal O Estado do Maranhão, de propriedade de sua família.
O repasse corresponde a 78% do valor pago pela publicidade legal, destinado pela ex-secretária de Comunicação, Carla Georgina, a veículos impressos locais e nacionais.
Para efeitos de comparação, o jornal O Imparcial, considerado o segundo maior em tiragem do estado, recebeu, no mesmo período, o equivalente a R$ 20 mil/mês.
O combativo Jornal Pequeno, conhecido pela linha editorial de oposição ao grupo Sarney, recebeu apenas R$ 62 mil para a divulgação de anúncios, aviso de licitação etc.
Os pagamentos a veículos de maior repercussão, que atingem um público qualificado, como o Valor Econômico e a Folha de São Paulo, nem de longe se comparam às vultuosas verbas destinadas ao folheto político da família Sarney. Os jornais de abrangência nacional receberam pouco mais de R$ 84 mil no ano passado.
Hegemonia financeira: Tabela com os repasses da Secom de Roseana Sarney a veículos impressos, referentes a 2014, mostra o privilégio do O Estado do Maranhão em relação aos demais jornais
Em pouco mais de dois meses de torneiras fechadas, o jornal financiado quase que exclusivamente com recursos públicos começa a dar sinais de que não resistirá por muito tempo longe das tetas do governo.
No atabalhoado editorial publicado nesta terça-feira (24), O Estado do Maranhão tenta se afirmar como único veículo do estado com relevância e credibilidade, baseado em uma pesquisa antiga e descontextualizada do Governo Federal, e critica proposta do governo Flávio Dino de democratizar a informação, investindo em mídias alternativas, jornais regionais, rádios comunitárias e blogs.
Com o pires na mão, o empresário Fernando Sarney atua em outra frente, enviando emissários ao Palácio dos Leões, a fim de evitar a bancarrota do pasquim sarneyzista, que resistiu a décadas de mau jornalismo graças ao patrocínio à custa do contribuinte maranhense.
Fonte: Blog Marrapá