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sábado, 7 de julho de 2018

Protesto de caminhoneiros contra alta do diesel para trânsito em todo o país


Eles protestavam contra impostos do preço do diesel e reajustes constantes, que são parte da política de preços de combustíveis da Petrobras.

Caminhoneiros pararam o trânsito nas principais rodovias brasileiras, nesta segunda-feira (20). Em pelo menos 20 estados e no Distrito Federal eles protestaram contra o preço do diesel.

Em São Paulo, teve carreata e buzinaço. Os caminhoneiros protestaram nas marginais Tietê e Pinheiros e bloquearam os dois sentidos da rodovia Régis Bittencourt, na região metropolitana. Um dos acessos ao porto de Santos foi fechado.

Em Brasília, eles se concentraram no Estádio Mané Garrincha e seguiram para a Esplanada dos Ministérios. Em Paragominas, no Pará, os manifestantes botaram fogo na pista e só permitiram a passagem de carros pequenos. A Polícia Rodoviária Federal registrou 23 pontos de interdição em Minas Gerais.
“A gente não está dando conta mais. É uma situação que está ficando insuportável. A gente está pagando para trabalhar”, diz o caminhoneiro Giliard Soares Nascimento.

No Rio, teve buzinaço até no Centro da cidade. O protesto dos caminhoneiros autônomos, que provocou congestionamentos em estradas de todo o país, foi contra os impostos do preço do diesel. Eles reclamam do aumento do PIS/Cofins, em 2017, para compensar as dificuldades fiscais do governo federal, e também reclamam dos reajustes constantes, que fazem parte da nova política de preços de combustíveis da Petrobras.

Desde outubro de 2016, a Petrobras repassa as variações do mercado internacional pras refinarias no Brasil. Mas em julho do ano passado, os reajustes, que eram mensais, passaram a ser mais frequentes, até diários, para acompanhar as flutuações do dólar e as cotações do petróleo e derivados.

A Petrobras pode reduzir ou aumentar os preços. Só que com a disparada do barril de petróleo nos últimos meses, a gasolina e o diesel ficaram mais caros. Só na semana passada, foram cinco aumentos.

O preço do diesel nas refinarias saiu de R42,21 por litro pra R$ 2,34. Hoje, em meio aos protestos, a estatal anunciou o sexto aumento consecutivo. A partir de amanhã, as distribuidoras vão pagar R$ 2,37 no litro do diesel.

Mas o consumidor paga bem mais que isso: R$ 3,59, em média, por litro. O preço nas bombas é o resultado de toda a cadeia do combustível. Pouco mais da metade é o que a Petrobras cobra nas refinarias; 13% são tributos federais - a Cide, o Pis/Pasep e o Cofins -; 16% vêm do ICMS - imposto estadual que tem alíquotas diferentes de estado pra estado. Ou seja, do preço que o brasileiro paga pelo diesel, em média, quase trinta por cento são só impostos.

Tem ainda o custo do biodiesel, que é misturado ao diesel: 7%. E a margem de lucro das distribuidoras e dos postos de combustíveis: 9%.

De julho do ano passado pra cá, quem usa diesel passou a pagar 21% mais caro. Só esse ano, o aumento nas bombas chegou a 8%, bem acima da inflação.

A especialista em energia Fernanda Delgado defende a política de preços da Petrobras e diz que a redução de impostos seria uma forma de aliviar o consumidor: "A Cide deixou de incindir sobre os combustíveis durante um período justamente para não gerar pressão inflacionária. Depois o imposto voltou. É uma boa solução para o país. Nem que seja momentâneo, porque a gente sabe que há uma escalada de subida no mercado internacional e a política nova é de acompanhar o mercado internacional".

A Petrobras não quis comentar o protesto dos caminhoneiros.

Fonte: G1