Os quilombolas que estavam há nove dias em greve de fome e há dez ocupando o prédio do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária do Maranhão (Incra-MA), no bairro do Anil, em São Luís, decidiram, no início da noite de ontem (18), encerrar o movimento.
Após uma reunião que durou todo o período da tarde, com o superintendente do órgão, Jowberth Frank Alves da Silva, os quilombolas aceitaram um acordo que prevê, em resumo, que até julho de 2018 sejam finalizados 68 relatórios antropológicos, por parte do governo federal, para que se viabilize o processo de titulação de terras, reivindicação principal dos quilombolas.
Além disso, foi prometido aos quilombolas que dois decretos de titulação de terras serão assinados pela presidente Dilma Rousseff até o fim da semana que vem.
Na manhã de ontem, os quilombolas estavam decididos a prosseguir tanto com a ocupação do Incra-MA como com a greve de fome de oito camponeses porque o superintendente não compareceu a uma coletiva de imprensa marcada para as 9h, no auditório da sede do órgão. Na coletiva seria formalizada a assinatura de um documento que garantiria a aceitação das reivindicações dos lavradores.
No entanto, uma nova reunião foi marcada e realizada à tarde, a portas fechadas, entre líderes quilombolas e a superintendência.
Entre os Relatórios Técnicos de Identificação e Delimitação (RTIDs) que devem estar prontos ainda neste ano estão os das áreas de quilombo Cruzeiro, Cariongo e Alto Bonito, todas na Baixada Maranhense.
A ocupação do Incra-MA começou no dia 9, com a presença, além dos quilombolas, de índios e lavradores, num total de cerca de 150 pessoas.
A greve de fome – inicialmente com pouco mais de 20 pessoas – começou no dia 10. Oito pessoas resistiram durante os nove dias em que durou o movimento.
Fonte: Jornal Pequeno